terça-feira, agosto 26, 2008

TBC vai reabrir com Biblioteca Jenny K.Segall

Um projeto da Fundação Nacional de Artes (Funarte) pretende reabrir o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), palco da lendária companhia do empresário italiano Franco Zampari, um dos patronos da profissionalização do teatro nacional. Diferentemente de outras tentativas de reabertura - o TBC já fechou e reabriu pelo menos quatro vezes desde que deixou as mãos de Zampari, em 1964 -, a idéia da Funarte é manter somente a sala principal, de 370 lugares, para encenação de peças. Nos outros três espaços, ficaria a Biblioteca Jenny Klabin Segall, maior acervo especializado em artes do espetáculo do País, atualmente instalada no Museu Lasar Segall.



"As duas instituições serão valorizadas. A biblioteca procura um espaço nobre para que possa crescer e o TBC, com a importância que tem, simplesmente não pode ficar sem revitalização", disse o presidente da Funarte, Celso Frateschi. Após avaliação da Caixa Econômica Federal, finalizada há duas semanas, a fundação enviou proposta de compra do teatro a Magnólia do Lago Mendes Ferreira, proprietária do TBC desde 1982 - os valores, porém, não foram revelados. "A fundação está confiante de que o projeto terá sucesso. Trabalhamos com a expectativa de inauguração do TBC no final de 2009", disse Frateschi.



O projeto tem apoio do Ministério da Cultura, que está elaborando parecer jurídico para desvincular a biblioteca do museu, passando a administração para a Funarte. Caso o negócio se concretize, a nova configuração do TBC vai se aproximar do projeto original. "A Sala Assobradado servia para os ensaios, a Sala Porão era a marcenaria e a Sala Repertório, o guarda-roupas do teatro", explica Alberto Guzik, autor do livro ''TBC: Crônica de um Sonho'', que trata do primeiro período do teatro, entre 1948 e 1964.



Nessa época, foram levadas aos palcos do TBC 144 peças, vistas por quase 2 milhões de pessoas. Foi lá, no prédio tombado da Rua Major Diogo, na Bela Vista, em São Paulo, que despontaram carreiras de sucesso, como as de Cacilda Becker, Tônia Carrero e Paulo Autran. "O teatro pode se transformar em um centro de referência das artes cênicas, com o espaço que sempre teve para espetáculos e também para pesquisa, agora com a biblioteca", afirma Guzik.



A biblioteca hoje instalada no Museu Lasar Segall, na Vila Mariana, zona sul, tem um acervo de 2 mil periódicos - 200 deles ainda correntes - e 20 mil livros, entre outros itens, sobre teatro, ópera, dança, cinema, fotografia, rádio e televisão. O acervo ocupa uma área de 385 m². Percorrendo os corredores apertados da biblioteca, não é difícil encontrar raridades - em armários no setor de teatro, por exemplo, ficam cerca de 2.700 peças, muitas delas inéditas, originais e impressas em papel mimeografado. Também estão lá periódicos nacionais do início do século 20 - mais de 2 mil exemplares das revistas A Scena Muda, Cinearte e Fon-Fon, entre outras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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Entidades pedem recriação da Secretaria Nacional do Livro


Entidades pedem recriação da Secretaria Nacional do Livro
Cultura e Mercado - 17/8/2008


Durante a abertura da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, segundo maior evento do mercado editorial do mundo, realizada no dia 14, quinta-feira, no pavilhão de Exposições do Anhembi, a presidente da Câmara Brasileira do Livro, em nome de outras entidades ligadas ao setor, entregou ao ministro interino da Cultura, Juca Ferreira, um manifesto em que solicita a recriação da Secretaria Nacional do Livro.

A cerimônia de abertura foi prestigiada pelo governador José Serra, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o senador Cristóvão Buarque, o secretário estadual de Educação, João Sayad, o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal Feiras, e diversas autoridades.

A Secretaria Nacional do Livro, que substituiu o Instituto Nacional do Livro desmantelado no governo de Fernando Collor, foi extinta em 2003, deixando o mercado editorial brasileiro sem um órgão específico no poder público para endereçar suas demandas.

O manifesto prega que “é hora de reforçar a musculatura política, a organicidade administrativa, a capacidade gerencial e operativa deste setor fundamental para a construção da cidadania” (leia a íntegra abaixo).

César Antonio Molina, ministro da Cultura da Espanha, país homenageado nesta edição da Bienal do Livro de São Paulo, também participou da abertura e destacou, em seu discurso, os laços que unem a literatura de seu país com o Brasil, citando diversos autores brasileiros que fazem sucesso em terras espanholas.

Outro tema que recebeu bastante destaque na cerimônia, especialmente nos discursos de Serra e Kassab, foi a visita de 40 mil estudantes da rede pública estadual e municipal à Bienal a partir de segunda, dia 18. Além de transporte e lanche, cada criança vai receber um vale para adquirir livros no evento e, ainda, usufruir as atividades infanto-juvenis oferecidas por mais de 120 editoras que participam do projeto Ler é Minha Praia.

Realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e organizada pela Francal Feiras – uma das maiores promotoras de feiras de negócios do País -, a Bienal Internacional do Livro de São Paulo acontece até o dia 24 de agosto no Pavilhão de Exposições do Anhembi, com patrocínio de Volkswagen e Ipiranga, co-patrocínio do HSBC e Submarino, e apoio de Visa, Anhembi, Prefeitura da cidade de São Paulo e Ministério da Cultura.

“Manifesto ao Ministro da Cultura pela recriação da Secretaria Nacional do Livro

Nos últimos anos, notadamente a partir da criação do Plano Nacional do Livro e Leitura em 2006 pelos Ministérios da Cultura e o da Educação, o governo federal tem tomado medidas exemplares e efetivas para o desenvolvimento do livro e da leitura em nosso país.

Da desoneração fiscal em 2004 às campanhas do Ano Ibero-americano da Leitura – VIVALEITURA, que deflagraram o ciclo que estamos vivendo hoje, medidas se somaram como o Programa Mais Cultura do MinC e o PDE do MEC. No âmbito desses programas abrangentes de ambos os ministérios o setor do livro e da leitura estão fortemente contemplados, animando a todos que lutam há muitos anos para a transformação do Brasil num país de leitores.

Entre todas essas iniciativas, talvez as mais significativas estejam ocorrendo no âmbito do Ministério da Cultura e seu ambicioso e mais do que oportuno projeto de modernização de bibliotecas, de suprir todo município com pelo menos uma biblioteca pública, de criar milhares de pontos de leitura, de mudar o conceito da acessibilidade e programar a imprescindível mediação da leitura para a conquista de novos leitores.

Nós, profissionais da escrita, da edição e das livrarias, em seus vários segmentos abaixo-assinados, estamos juntos e apoiamos fortemente esse conjunto de iniciativas governamentais. No entanto, Senhor Ministro Interino da Cultura Juca Ferreira, há ainda tarefas fundamentais que precisam ser cumpridas pelo Estado e por este governo e, entre as sugestões já entregues ao MinC, tornamos público uma preocupação cada vez crescente e cuja solução recomendamos fortemente à Vossa Excelência.

Desmontado no governo Collor, o Instituto Nacional do Livro foi posteriormente substituído pela Secretaria Nacional do Livro, esta última também extinta em 2003 pelo MinC. Perderam o livro e a leitura a sua centralidade e visibilidade no centro do poder político do país e hoje, retomada a decisão política de fomentar o setor com objetivo maior da democratização do acesso à leitura, é hora de reforçar a musculatura política, a organicidade administrativa, a capacidade gerencial e operativa deste setor fundamental para a construção da cidadania, exemplo de transversalidade entre todas as formas de expressões culturais e artísticas.

É HORA DE RECRIAR A SECRETARIA NACIONAL DO LIVRO!!!

20ª. Bienal Internacional do Livro de São Paulo, 14 de agosto de 2008″.