sábado, agosto 12, 2006

O livro morreu? Viva o livro!

Paulo Roberto Pires


Éramos 148 editores de livros e revistas. Vindos de 32 países, de Ruanda à Suécia, isolamo-nos por onze dias no campus da Stanford University para, de longe, tentar enxergar melhor os desafios de nossos mundos. “Desafio”, aqui, não é figura de linguagem: de que serve o papel impresso num mundo atolado até o pescoço de informação, entretenimento e estímulos bem mais reluzentes do que a página de livro, revista e jornal?Desde 1978 os Stanford Publishing Courses repetem o mesmo ritual, uma imersão nos problemas, complexidades, perdas (muitas) e ganhos (escassos) da cada vez mais difícil arte de ganhar a vida com a palavra impressa. No ar abafado de Palo Alto, pairava a tentação do diagnóstico alarmista: “o livro morreu?”. Nas entrelinhas de cada aula, uma resposta que tampouco se teve coragem de bradar: “viva o livro!”Stanford é o berço das novas e novíssimas tecnologias de informação. Nos alojamentos da universidade, nasceram o Yahoo e o Google. Plantada no Silicon Valley, conjuga tradição inabalável com arrojos sem paralelo. E esta identidade da universidade funciona como uma metáfora perfeita para o curso de Book Publishing: afinal este é, em todo mundo, um business muito especial, que como um outro qualquer movimenta somas espetaculares e operações transnacionais mas que, como poucos outros, depende ainda fortemente de um núcleo artesanal – que é, finalmente, o trabalho do editor.São assombrosos os números dos best sellers, assim como os valores das disputas por direitos autorais. Fenômenos como “Harry Potter” fazem com que o mundo inteiro gaste seus olhos com as mesmas histórias. Poucos grupos internacionais dominam editoras-chave em diversos países, uniformizando sucessos e buscando esconjurar o que se vê como “fracassos”. E, no fundo disso tudo, é preciso admitir, estão decisões pouco científicas ou calculadas que, por incrível que pareça, ainda fazem a diferença fundamental neste jogo pesado.Um veteraníssimo executivo americano batizou sua aula de “Meus grandes erros”. Ao longo de uma hora, contou suas inúmeras decisões equivocadas – menos como uma lição de moral do tipo “meninos, não façam o que eu fiz” do que como uma sábia advertência: o imponderável ainda é um fator determinante neste negócio, por mais que o trabalho tenha se tornado quase científico. É assim, na base da intuição, que nascem best sellers e se perdem inúmeras oportunidades “imperdíveis”.Um outro grande executivo, que saiu direto das revoltas estudantis de 1968 para o mercado do livro, não conseguiu até hoje decidir entre razão e sensibilidade. Ele já vendeu livros de livraria em livraria, já dirigiu uma mega-corporação e hoje é agente literário de sucesso. Para ele, os executivos “brincam de bingo” nas planilhas de custos enquanto o trabalho verdadeiro é decidido no olho-no-olho, no alarme que dispara na primeira leitura de um sucesso em potencial – um alarme que também, como se viu, pode perfeitamente “enguiçar”.Ambos são legítimos representantes da “velha escola”, mas acabam tendo muito em comum com os defensores mais ferrenhos das novas tecnologias e estratégias minuciosamente planejadas para o mercado editorial. E este ponto em comum é, especialmente, o fascínio pela grande qualidade tecnológica deste estranho objeto que, em qualquer lugar, pode erguer e destruir mundos, disparar imaginação, levar à ação, emocionar e fazer pensar: o livro.O fato é que não há palmtop, e-book ou qualquer outra traquitana mais inteligente do que os maços de papel encadernados que, como a gente, envelhecem e, diferentemente de nós, têm a virtude de permanecer no tempo. E aí vai pouco idealismo e bastante pragmatismo: livros e putas, escreveu Walter Benjamin, “podem-se levar para a cama”. E, relacionando uns e outras, o filósofo alemão continuava no célebre ensaio “Rua de mão única”: “Livros e putas – raramente vê seu fim alguém que os possui”.Éramos, como eu dizia, 148 editores – de revistas populares e chiques, de editoras de todos os tamanhos e personalidades, diretores editoriais e designers, proprietários de grandes empresas ou funcionário-diretor-office boy de um negócio nascente. Nas salas de aula, viramos... alunos. Havia intriga contra o colega mais chato (logo identificado), atenções especiais para as colegas bonitas, bagunça antes de começar a aula, festa depois da aula, tensão e correria na véspera de apresentação do trabalho final para os professores. Assim, distantes de nossas rotinas até nos detalhes mais cotidianos, andando de bicicleta para não perder nenhum compromisso numa intensa agenda iniciada às 8 da manhã (sem sábado nem domingo de folga), pudemos perceber o quanto podemos ainda estar tateando as novas possibilidades do livro. E, também, constatar que a melhor solução para esta “crise” do livro está no próprio livro. Ou melhor, na óbvia e difícil aposta neste objeto genial, feito de papel, costura, cola e, por que não, muita confiança no poder, ainda inabalável, da palavra impressa.prp@nominimo.ibest.com.br

segunda-feira, agosto 07, 2006

Cultura e Educação se unem para ampliar acesso de estudantes à cultura - Secretaria de Estado da Cultura

Mais estudantes nos museus, teatros e outros espaços culturais do Estado, além de participação em oficinas e cursos de formação. Essas foram algumas das propostas discutidas Secretários de Estado da Educação Maria Lucia Marcondes Carvalho Vasconcelos e Cultura João Batista de Andrade para ampliar as parcerias entre as duas pastas. A idéia é unir forças para dar às crianças e adolescentes das escolas públicas estaduais uma formação cultural, escolar e de cidadania mais sólida.
Durante o encontro entre os dois secretários, ficou acertada a imediata criação de uma comissão intersecretarial para definir estratégias que devem ser colocadas em prática já no mês de agosto. O grupo será coordenado pelos secretários adjuntos das duas pastas, Carmen Vitória Annunziato e Fábio Magalhães, respectivamente.
De acordo com João Batista de Andrade, é preciso fazer um intercâmbio dos espaços culturais e educacionais para romper a distância que se estabeleceu entre duas secretarias. Estas, justifica ele, deveriam atuar muito próximas. A parceria deve incentivar a participação em atividades nos espaços oferecidos pela Cultura, como teatro, salas de concerto, museus e bibliotecas. Andrade espera que os estudantes freqüentem esses espaços e não fiquem circunscritos apenas às atividades de suas escolas.
Segundo Maria Lucia Vasconcelos, a educação e cultura são elementos indissociáveis no processo voltado para a formação dos alunos. “A Secretaria Estadual de Educação busca, com essa iniciativa, ampliar as parcerias já existentes com a Cultura (OSESP, Pinacoteca, Museu da Língua Portuguesa, Memorial da América Latina entre outras), aumentando, assim, as possibilidades de acesso ao patrimônio cultural de São Paulo", completa a secretária.
Fábio Magalhães lembra que algumas parcerias já estão em operação como as visitas monitoradas de estudantes aos museus e treinamento de professores nas salas de aula para acompanhar os alunos nessas visitas. “Desse modo, já prestamos um serviço de educação, mas iniciativas assim precisam ser ampliadas”, diz ele. “São Paulo é uma cidade sem diálogos com classes sociais e medidas assim vão permitir essa aproximação”, afirma Magalhães.
O secretário adjunto observa ainda que a Cultura tem procurado promover ações com a Secretaria de Saúde na área hospitalar, a partir da abertura de bibliotecas. Faz o mesmo com a Justiça e Cidadania – seis bibliotecas foram instaladas em presídios.

Biblioteca não é depósito de livros

Idealizador de redes de leitura em escolas diz que é função do educador ajudar os estudantes a processar as informações do acervo

Desafios como a criação do hábito da leitura entre crianças e adolescentes, as novidades tecnológicas, a ampliação do acesso ao ensino e a sofisticação do mercado editorial levaram o professor Edmir Perrotti a uma nova concepção de biblioteca escolar e de seu papel pedagógico. Com formação em Biblioteconomia — área que combinou com seu interesse em Educação —, ele é docente da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, conselheiro do Ministério da Educação para a política de formação de leitores e autor de livros infantis. Perrotti orientou a implantação de redes de bibliotecas inovadoras nas escolas municipais de São Bernardo do Campo, Diadema e Jaguariúna, no estado de São Paulo. Nessas estações de conhecimento, como ele prefere chamá-las, a aprendizagem é estimulada pela presença de suportes tecnológicos, como o computador e a televisão.
Em um ambiente que convida as crianças a descobrir e aprofundar o prazer da leitura, os livros convivem com outras linguagens, como a do teatro. "Assim trabalha-se o contato com as informações e também o processamento delas", diz. Ex-professor da Universidade de Bordeaux, na França, e de escolas de Ensino Fundamental no Brasil, além de editor e crítico literário, Perrotti concedeu a seguinte entrevista a NOVA ESCOLA.
O que deve orientar a constituição de uma biblioteca escolar?
Ela não pode restringir-se a um papel meramente didático-pedagógico, ou seja, o de dar apoio para o programa dos professores. Há um eixo educativo que a biblioteca tem de seguir, mas sua configuração deve extrapolar esse limite, porque o eixo cultural é igualmente essencial. Isso significa trazer autores para conversar, discutir livros, formar círculos de leitores, reunir grupos de crianças interessadas num personagem, num autor ou num tema. A biblioteca funciona como uma ponte entre o ambiente escolar e o mundo externo.
De que modo se realiza essa abertura para fora da escola?
O responsável pela biblioteca tem o papel de articular programas com a biblioteca pública e fazer contato com a livraria mais próxima, além de estar atento à programação cultural da cidade. Há uma série de estratégias possíveis para inserir a criança num contexto letrado. A biblioteca precisa ter outra finalidade que não seja simplesmente a de um depósito de onde se retiram livros que depois são devolvidos. Nós não trabalhamos mais com a idéia de unidades isoladas. O ideal é formar redes, um conjunto de espaços que eu chamo de estações de conhecimento, cujo objetivo é a apropriação do saber pelas crianças.
Qual é a necessidade das redes?
Com o atual excesso de informações e a multiplicação de suportes, nenhuma biblioteca dá conta de todas as áreas em profundidade, até porque não haveria recursos para isso. O trabalho tem de ser compartilhado com outras unidades da rede, por meio de mecanismos de busca informatizados. Por exemplo: a escola guarda um pequeno acervo inicial sobre arte, mas, se o interesse for por um conhecimento aprofundado, recorre-se a uma biblioteca especializada na área. Hoje não há mais condições de manter o antigo ideal de bibliotecas enciclopédicas, que abarcavam todas as áreas de conhecimento.
Quem deve ser o responsável pela biblioteca?
Processar as informações e criar nexos entre elas é um ato educativo. O responsável, portanto, é um educador para a informação, que nós chamamos de infoeducador, um professor com especialização em processos documentais. Uma rede de bibliotecas tem uma plataforma de apoio técnico-especializado, que é a área do bibliotecário, um especialista em planejamento e organização da informação. Junto com ele trabalham os educadores, que são especialistas em processos de mediação de informação. Dar acesso ao acervo não basta para que o aluno saiba selecionar e processar informações e estabelecer vínculos entre elas.
De que modo se estimula a autonomia numa biblioteca?
É preciso desenvolver programas para construir competências informacionais. Isso inclui desde ensinar a folhear um livro — para crianças bem pequenas — até manejar um computador. Antigamente imperava a idéia de que os adultos é que deveriam mexer nas máquinas e pegar os livros na estante. Hoje deve-se formar pessoas que tenham uma atitude desenvolvida, não só de curiosidade intelectual mas de domínio dos recursos de informação. Essa é uma questão essencial da nossa época.
Por que a escola tem falhado em ensinar os alunos a processar informações?
Porque se acredita que basta escolarizar as crianças para formar leitores. De fato, a escola tem o papel de construir competências fundamentais para a leitura, mas isso não quer dizer formar atitude leitora. Hoje, o que distingue o leitor das elites do leitor das massas é que o primeiro tem um circuito de trocas. Ele participa do comércio simbólico da escrita, da produção à recepção: sabe o que é publicado, informa-se sobre os autores, encontra outros leitores etc. Já a criança da escola pública muitas vezes não tem livros em casa e só lê o que o professor pede. Ela não tem com quem comentar. Está sozinha nesse comércio das trocas simbólicas.
Qual é o mínimo necessário para o funcionamento de uma biblioteca escolar?
Estou convencido de que é a pessoa que trabalha ali, mediando relações entre a criança, a informação e o espaço. Não precisa ser alguém superespecializado, mas que compreenda a função da escrita e da imagem e que saiba qual é a importância daquilo na vida das pessoas. Assim, a compra de livros seguirá um critério de escolha consciente. É claro que é bom construir um ambiente agradável e funcional, mas não é indispensável, porque a leitura não depende das instalações da biblioteca; ela se dá em qualquer lugar.
Quem deve escolher o acervo?
Nós temos trabalhado um modelo em que a escolha é feita por todos os que participam dos processos de aprendizagem: professores, coordenadores, diretores e alunos. Formulários são colocados à disposição para que sejam feitas sugestões de compra. O infoeducador não só coleta esses dados como divulga, por meio dos quadros de aviso, as informações sobre lançamentos que saem na imprensa e na internet. Depois, ele vai analisar os pedidos, separá-los em categorias — livros importantes para os projetos em andamento, leituras de informação geral ou complementares etc. — e, com base nessas listas, a escolha é feita de acordo com os recursos disponíveis.
Como comprometer o aluno com a organização e a manutenção da biblioteca?
Ele participa da escolha do acervo e também pode estar pessoalmente representado nele, por meio de livros que ele escreve e de documentos de sua passagem pela escola. Uma parte do acervo vem da indústria cultural e outra é produzida internamente, com documentos e relatos referentes à história da instituição. Formar um repertório de dados locais cria relações com as informações universais.
Descreva a biblioteca escolar ideal.
É aquela que possui todo tipo de recurso informacional, do papel ao equipamento eletrônico. O espaço é construído especialmente para sua finalidade e de acordo com quem vai usar. Se o público majoritário é infantil, a disposição dos móveis e do acervo deve permitir que a criança se mova com autonomia. É preciso ser um local acolhedor, mas que empurre rumo à aventura, porque conhecer é sempre se deslocar.
Por que se diz que os jovens não gostam de ler?
Os interesses mudam na passagem da infância para a adolescência e a leitura que era feita antes já não interessa tanto, mesmo porque cresce a concorrência de outras mídias. Essa é uma transição crítica e ainda não foram definidas ações específicas para promover a leitura nessa faixa etária. Os adolescentes identificam o livro com as tarefas da escola, que reforça essa percepção porque raramente sai da abordagem instrumental da leitura. E no âmbito social, entre os amigos, a leitura não está presente. Mesmo assim, essa fase é a das grandes paixões. Portanto, há um espaço enorme para promover a leitura entre os jovens.
É possível formar leitores por meio de políticas públicas?
O problema é saber que caráter elas têm. Eu não concordo com estratégias que pretendam ensinar os alunos a gostar de ler. A função do poder público é criar ambientes que dêem condições de ler, tentar despertar as crianças para as potencialidades da escrita, prepará-las para as competências leitoras — enfim, providenciar para que seja constituída a trama que sustenta o ato de ler. Mas gostar de ler é questão de foro íntimo, não de políticas públicas.
A escola deve obrigar um aluno a ler livros e freqüentar bibliotecas mesmo que ele não goste?
Não se pode deixar de perguntar por que esse aluno não gosta de ler. Ele teve uma relação negativa com a situação de aprendizagem? Ninguém lê em casa? Tem dificuldades de visão? Não domina o código? Não tem circuitos culturais a sua volta? Tudo isso pode e deve ser trabalhado. Agora, se ele teve apoio para experimentar a prática da leitura e prefere fazer outras coisas, não adianta forçar. É claro que não estou falando da leitura funcional, indispensável para a vida diária. Nesse caso, é obrigatório negociar com a criança o "não querer ler".
É melhor ler literatura de má qualidade do que não ler nada?
A pergunta já supõe que de fato existe uma literatura de má qualidade. Há leitores que são capazes de voar longe com um suposto mau livro, assim como há muitos trabalhos escolares que se utilizam de grandes textos, mas sufocam o interesse de aprender. Por outro lado, não é possível deixar o gosto do leitor imperar sozinho. É fundamental operar mediações entre as crianças e uma literatura que tenha condições de produzir significações importantes.
O uso do livro em sala de aula está em decadência?
Ele está aquém do que gostaríamos que fosse e também do que seria necessário. Mesmo assim, o livro está entrando nas escolas numa medida que não entrava, nem que seja por meio das distribuições feitas pelo Ministério da Educação e as secretarias estaduais e municipais. Há 50 anos nem sequer se sonhava com isso no Brasil. O problema maior é o de mau uso desses livros, com estratégias impositivas de leitura. Muitas vezes falta penetrar no avesso dos textos com as crianças e realmente mergulhar numa viagem de conhecimento, de imaginação.
Até que ponto as bibliotecas levam ao hábito da leitura?
Eu participei de uma pesquisa feita com as crianças usuárias das redes de biblioteca que ajudei a implantar no estado de São Paulo. Queríamos saber se elas estão incorporando a leitura a sua prática de vida e não apenas como lição de casa. Qual é a constatação? Houve um grande avanço e as crianças se mostram muito mais familiarizadas com os livros, mas infelizmente ainda não usam as novas competências para trocas culturais. Por exemplo: não têm o hábito de comprar e emprestar livros. A prática escolar não se transferiu para a prática cultural.
Há perspectiva de mudança para essa situação?
Eu vejo uma tendência de funcionalização. Os meios eletrônicos trouxeram, aparentemente, uma presença maior da escrita, mas o uso que se faz dela é cada vez mais abreviado. Vai-se transformando a língua no elemento mínimo para a transmissão da mensagem. Nós estamos a anos-luz de formar pessoas que, ao cabo do período de escolaridade, vão se relacionar com a escrita como uma ferramenta de conhecimento e de experiências estéticas, numa dimensão não pragmática. Restringir as ferramentas de linguagem a sua função utilitária é retirar de nós mesmos aquilo que nos humaniza — a capacidade de dizer de uma forma articulada. As novas bibliotecas têm de enfrentar essa questão.
"A biblioteca funciona como uma ponte entre o ambiente escolar e o mundo externo"
"Falta penetrar no avesso dos textos e mergulhar numa viagem de conhecimento"
"Dar acesso ao acervo não basta para que o aluno saiba processar as informações"

Quer saber mais?

Bibliografia

Confinamento Cultural, Infância e Leitura, Edmir Perrotti, 112 págs., Ed. Summus, tel. (11) 3865-9890, 22,50 reais

INTERNET
No site www.saobernardo.sp.gov.br/secretarias/sec/rebi/, você encontra informações sobre a Rede Escolar de Bibliotecas Interativas de São Bernardo do Campo, idealizada por Edmir Perrotti