terça-feira, fevereiro 14, 2006

Novo conceito de Biblioteca.. para refletir...

Abaixo está uma das reportagens publicadas no OGlobo de 11 de fevereiro de 2006. Um dos trechos diz que .. deve-se procurar um novo conceito de biblioteca... pergunto: que novo conceito seria esse? será que as bibliotecas formalmente gerenciadas por profissionais bibliotecários não estão cumprindo sua finalidade? E o que dizer sobre livros coletados no lixo, sem nenhum tratamento higiênico, colocados em estantes improvisadas, qual o nome que deve-se dar a esse amontoado? O cidadão deve estar atento às diferenças entre Biblioteca e Monturo de livros e se a comunidade está se organizando em torno desses monturos, dai, sim precisamos refletir sobre o papel das bibliotecas públicas. Sem banalização e com seriedade...
Governo aumenta investimento em leitura

Carolina Brígido

BRASÍLIA OMinistério da Cultura gastou, no ano passado, R$ 32,8 milhões para custear o programa Livro Aberto — mais que o dobro dos R$ 15,8 milhões gastos para o mesmo fim em 2004. O dinheiro é empregado em bibliotecas de todo o país, incluindo sua instalação, a capacitação de funcionários para gerenciá-las e a produção de eventos culturais nesses locais. Apesar do crescimento no investimento, a cifra ainda é inferior aos R$ 51,9 milhões gastos em 2005 pelo ministério nas áreas de cinema, som e vídeo.
Ainda assim, o coordenador do Plano Nacional do Livro e Leitura, Galeno Amorim, diz estar satisfeito com a verba usada em bibliotecas no país.
— O investimento feito em 2005 nessa área foi muito maior do que o registrado em qualquer época. Houve um crescimento muito grande em relação ao ano anterior. Esse é o tipo de comparação que deve ser feita, porque cada área tem demandas diferentes de gastos — diz Amorim.
O governo federal gastou no ano passado mais de R$ 45 milhões na compra de livros de literatura para crianças de 1 a 4 série. Esses recursos saíram do orçamento do Ministério da Educação (MEC). Parte das obras adquiridas serão distribuídas neste ano às bibliotecas de todas as escolas públicas do país. A compra foi custeada com recursos do Programa Nacional de Bibliotecas Escolares, do MEC, em vigor desde 2003.
Mais que distribuirl ivros, equipar
A intenção do projeto é equipar as instituições de ensino com livros, e não simplesmente distribuí-los individualmente aos alunos. Acredita-se que, dessa forma, a política de incentivo à leitura seja mais efetiva.
— Não basta só distribuir livros. É preciso que os professores e os bibliotecários façam a intermediação entre as crianças e as obras. Elas precisam ser incentivadas e inseridas no hábito da leitura — argumenta a secretária de Educação Básica do MEC, Jeanete Beuchamp.
Por isso, o ministério inclui nos gastos a capacitação dos professores e bibliotecários para lidar com os alunos e estimular a leitura através de um guia. Além disso, será lançada em abril uma revista com o relato de experiências bem-sucedidas na área e dicas para os educadores. A preocupação com o tema surgiu porque uma inspeção do MEC ainda não concluída flagrou em várias escolas livros empacotados, em vez de dispostos nas estantes.
Nessa mesma linha de incentivo à leitura, serão inaugurados ao longo deste ano, ainda em caráter experimental, centros multimídia em 19 cidades. Trata-se de um novo conceito de biblioteca, com mais atrativos do que apenas os livros. Os locais terão computadores, televisores e aparelhos de DVDs para oferecer aos jovens conteúdo educativo em várias formas de comunicação.
— Queremos expandir o conceito de biblioteca — explica Jeanete.
Os livros são distribuídos em quantidades proporcionais ao número de alunos de cada escola. Instituições com 500 mil estudantes, por exemplo, recebem 100 livros. Antes de 2003, eram utilizados exemplares em formato padrão, com o mesmo tipo de letra, com ilustrações em preto e branco, em um tamanho único e grampeado. Atualmente, os alunos das escolas públicas têm acesso às obras originais, iguais às disponibilizadas no mercado.