segunda-feira, fevereiro 12, 2007

RDBCI , V. 4, N° 2 (2007)

Pesquisas na web: estratégias de busca
Searching on the web: search strategies
p. 53-66


Elias Estevão Goulart, Universidade IMES
Annibal Hetem Junior, Centro Universitário da Fundação Santo André



Resumo

A World Wide Web tem sido utilizada amplamente para a busca e seleção de informações, resultando em um de seus principais empregos como suporte para atividades acadêmicas e profissionais. Este trabalho apresenta um estudo sobre as estratégias de busca de informações na World Wide Web, visando analisar e comparar os resultados de uma pesquisa exploratória com estudo similar realizado na Universidade de Telaviv. Apresenta-se nove formas possíveis de buscas e como elas foram utilizadas nos estudos comparados. Como resultado, são apresentadas as mais efetivas e sugere-se melhor treinamento dos usuários para o conhecimento das técnicas apresentadas.

Palavras-chave
Estratégias de busca; Internet; World wide web

Abstract
The World Wide Web has been largely used for searching and selecting information, and is one of the most important tools to support academic and professional activities. This work presents a study about information search strategies on the world wide web, seeking to analyze and compare the results of a similar exploratory research implemented at Telaviv University. It presents nine possible ways of information search and how they were compared in both studies. As a result, the most effective of the strategies are presented and users training are suggested as the best way to make them aware of the discussed techniques.

Key words
Search strategies; Internet; World wide web

domingo, fevereiro 11, 2007

Em prédio contemporâneo com ar de sebo, 1,28 km de livros

Livraria da Vila abre outra loja, desta vez na Alameda Lorena, Jardins, para deleite dos leitores

Daniel Piza

Quem passeia pelas ruas dos Jardins, com suas lojas, restaurantes, hotéis, cafés e sorveterias, que sugerem poder aquisitivo e bom gosto, imagina que poderia haver ali uma livraria muito boa. Agora não precisa mais imaginar. Daqui a cerca de três semanas, no número 1.731 da Alameda Lorena, o bairro ganha a Livraria da Vila. A nova unidade da livraria que nasceu em 1985 na Vila Madalena - e que há dois anos abriu filial na Casa do Saber, no Itaim - foi projetada por Isay Weinfeld e terá, além de 130 mil livros, um andar para DVDs e CDs, um café e uma sala para cursos e palestras.'É uma loja nova; tem nossa marca, mas não é igual', diz Samuel Seibel, o proprietário das livrarias. 'Não se trata de uma franquia. Nossa idéia nunca foi ter uma rede.' A livraria da Lorena, apesar de cerca de 30% de volumes a mais, terá perfil semelhante à da Fradique Coutinho: um acervo que não se limita aos lançamentos mais recentes e inclui o chamado 'fundo de catálogo', como os clássicos; forte ênfase na seção infantil, que ocupa todo o andar inferior; atendimento qualificado, aberto a encomendas; e realização de muitos eventos, como noites de autógrafo. Mas terá particularidades, como o destaque a livros de arte, fotografia e culinária. E, claro, o projeto de Weinfeld.'Sempre fui admirador da arquitetura dele', diz Seibel. 'Achei que o Isay seria um dos poucos capazes de criar uma linguagem clara, funcional, e ao mesmo tempo com muito charme, com um clima acolhedor.' Seibel diz que a livraria, como a da Fradique, é encarada como 'um ponto de encontro, um pólo cultural', e para isso o projeto era fundamental. Weinfeld diz que é justamente esse o motivo por que está achando 'fascinante' o trabalho. 'Eu tentei criar uma livraria como as que gosto de freqüentar, um lugar onde o cliente sente vontade de ficar.' Em cidades como Rio, Londres e Nova York, é comum encontrar livrarias assim. Em São Paulo, não.COM JEITO DE SEBOA livraria fica num dos quarteirões menos agitados da Lorena, entre os restaurantes Z Deli e Piola, onde antes havia uma loja de Fause Haten. Mesmo em obra, já se pode perceber que o espaço combinará quantidade com critério. Não há nada que lembre o estilo 'megastore' cada vez mais presente no setor. 'Quis dar à livraria um jeito parecido com o dos sebos', conta Weinfeld, apontando o desalinhamento de algumas das prateleiras, que são de cor marrom escuro (exceto no andar dos infanto-juvenis, onde são brancas). 'É uma pseudo-desorganização', define. Mesas de madeira antigas, de grandes designers brasileiros, serão tomadas por pilhas de livros e luminárias. Sofás com tecido jeans, encaixados entre as estantes, e poltronas espalhadas completam o ambiente 'lotado de livros'.O aconchego também se verá nos outros andares. No superior, onde ficarão os CDs e DVDs, ao lado de livros sobre esses temas (música e cinema), fica o café, com sete mesas na parte interna e três na externa. No inferior, haverá quatro 'buddha begs' - grandes pufes coloridos - para que as crianças sentem e, além de ler, ouçam contadores de histórias. O auditório, com cerca de 50 lugares e vista para um jardim lateral, fica nesse mesmo piso. Toda a tipologia da livraria, ao mesmo tempo prática e refinada, foi desenvolvida por Roberto Cipolla. Os rodapés e caixilhos embutidos, até mesmo dos aparelhos de ar-condicionado, têm a marca do escritório de Weinfeld.O estilo de Weinfeld, naturalmente, pode ser reconhecido desde a fachada (veja o croqui nesta página). O recuo de formas retas, pontuado por uma árvore e um banco à direita, além de um pequeno jardim ao longo do muro oposto; a fachada com um bloco de concreto cinza encimado pelo letreiro em fundo vermelho; e as portas pivotantes, ocupadas como estantes de livros, que ao fechar formam uma ampla vitrine horizontal - esses são apenas alguns elementos característicos. Dentro, além do jogo entre as texturas dos sofás e tapetes com as longas fileiras de livros, vemos também a grande escada sob luz zenital e uma série de detalhes que enriquecem a experiência arquitetônica do visitante.O toque mais original fica por conta dos dois vãos que conectam visualmente os andares. Do térreo para o superior, o vão é quadrado e marrom, com as laterais cobertas de livros para cima e para baixo. Do térreo para o inferior, ele é oval e branco, também emoldurado por livros, e dali mesmo já vemos que os elementos curvos distinguem o ambiente infanto-juvenil.O que deverá impressionar, mais uma vez em Weinfeld, é que um terreno de 10 por 40 metros se multiplique em três pisos de pé direito médio (diferentemente do que ocorre na Vila Madalena) a ponto de abrigar não só 1,28 km lineares de livros, mas também 12 mil CDs e 3,6 mil DVDs, sem dar a sensação de abarrotamento. Sorte do bairro, sorte da cidade.