terça-feira, agosto 26, 2008

Entidades pedem recriação da Secretaria Nacional do Livro


Entidades pedem recriação da Secretaria Nacional do Livro
Cultura e Mercado - 17/8/2008


Durante a abertura da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, segundo maior evento do mercado editorial do mundo, realizada no dia 14, quinta-feira, no pavilhão de Exposições do Anhembi, a presidente da Câmara Brasileira do Livro, em nome de outras entidades ligadas ao setor, entregou ao ministro interino da Cultura, Juca Ferreira, um manifesto em que solicita a recriação da Secretaria Nacional do Livro.

A cerimônia de abertura foi prestigiada pelo governador José Serra, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o senador Cristóvão Buarque, o secretário estadual de Educação, João Sayad, o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal Feiras, e diversas autoridades.

A Secretaria Nacional do Livro, que substituiu o Instituto Nacional do Livro desmantelado no governo de Fernando Collor, foi extinta em 2003, deixando o mercado editorial brasileiro sem um órgão específico no poder público para endereçar suas demandas.

O manifesto prega que “é hora de reforçar a musculatura política, a organicidade administrativa, a capacidade gerencial e operativa deste setor fundamental para a construção da cidadania” (leia a íntegra abaixo).

César Antonio Molina, ministro da Cultura da Espanha, país homenageado nesta edição da Bienal do Livro de São Paulo, também participou da abertura e destacou, em seu discurso, os laços que unem a literatura de seu país com o Brasil, citando diversos autores brasileiros que fazem sucesso em terras espanholas.

Outro tema que recebeu bastante destaque na cerimônia, especialmente nos discursos de Serra e Kassab, foi a visita de 40 mil estudantes da rede pública estadual e municipal à Bienal a partir de segunda, dia 18. Além de transporte e lanche, cada criança vai receber um vale para adquirir livros no evento e, ainda, usufruir as atividades infanto-juvenis oferecidas por mais de 120 editoras que participam do projeto Ler é Minha Praia.

Realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e organizada pela Francal Feiras – uma das maiores promotoras de feiras de negócios do País -, a Bienal Internacional do Livro de São Paulo acontece até o dia 24 de agosto no Pavilhão de Exposições do Anhembi, com patrocínio de Volkswagen e Ipiranga, co-patrocínio do HSBC e Submarino, e apoio de Visa, Anhembi, Prefeitura da cidade de São Paulo e Ministério da Cultura.

“Manifesto ao Ministro da Cultura pela recriação da Secretaria Nacional do Livro

Nos últimos anos, notadamente a partir da criação do Plano Nacional do Livro e Leitura em 2006 pelos Ministérios da Cultura e o da Educação, o governo federal tem tomado medidas exemplares e efetivas para o desenvolvimento do livro e da leitura em nosso país.

Da desoneração fiscal em 2004 às campanhas do Ano Ibero-americano da Leitura – VIVALEITURA, que deflagraram o ciclo que estamos vivendo hoje, medidas se somaram como o Programa Mais Cultura do MinC e o PDE do MEC. No âmbito desses programas abrangentes de ambos os ministérios o setor do livro e da leitura estão fortemente contemplados, animando a todos que lutam há muitos anos para a transformação do Brasil num país de leitores.

Entre todas essas iniciativas, talvez as mais significativas estejam ocorrendo no âmbito do Ministério da Cultura e seu ambicioso e mais do que oportuno projeto de modernização de bibliotecas, de suprir todo município com pelo menos uma biblioteca pública, de criar milhares de pontos de leitura, de mudar o conceito da acessibilidade e programar a imprescindível mediação da leitura para a conquista de novos leitores.

Nós, profissionais da escrita, da edição e das livrarias, em seus vários segmentos abaixo-assinados, estamos juntos e apoiamos fortemente esse conjunto de iniciativas governamentais. No entanto, Senhor Ministro Interino da Cultura Juca Ferreira, há ainda tarefas fundamentais que precisam ser cumpridas pelo Estado e por este governo e, entre as sugestões já entregues ao MinC, tornamos público uma preocupação cada vez crescente e cuja solução recomendamos fortemente à Vossa Excelência.

Desmontado no governo Collor, o Instituto Nacional do Livro foi posteriormente substituído pela Secretaria Nacional do Livro, esta última também extinta em 2003 pelo MinC. Perderam o livro e a leitura a sua centralidade e visibilidade no centro do poder político do país e hoje, retomada a decisão política de fomentar o setor com objetivo maior da democratização do acesso à leitura, é hora de reforçar a musculatura política, a organicidade administrativa, a capacidade gerencial e operativa deste setor fundamental para a construção da cidadania, exemplo de transversalidade entre todas as formas de expressões culturais e artísticas.

É HORA DE RECRIAR A SECRETARIA NACIONAL DO LIVRO!!!

20ª. Bienal Internacional do Livro de São Paulo, 14 de agosto de 2008″.

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